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Ter Mai 03, 2011 8:02 am
Se fotografar é escrever com a luz, Botelho é um fotógrafo que radicaliza nesse aspecto. A partir dessa quarta-feira vamos conhecer um pouco mais desse talentoso colega e o que ele pensa sobre fotografia
Entrevista: Andrey Melo Franco Botelho
Fale um pouco de você, de suas atividades e, se possível apresente-nos uma foto sua para que possamos conhecê-lo melhor:
Andrey Melo Franco Botelho. 36 anos. Casado, futuro pai de um menino que nascerá no final de Junho. Formado em Direito. professor de inglês por 10 anos e depois sócio na franquia por mais dois anos. Há oito anos dei uma guinada na vida profissional ao passar no concurso de Agente de Polícia Federal, trabalhando atualmente na minha cidade natal, Montes Claros/MG.
O que te encaminhou para a fotografia?
Os filmes que assistia quando criança. Admirava imensamente as tomadas panorâmicas e os enquadramentos em clássicos como Spartacus, Ben Hur, Lawrence da Arábia, Apocalipse Now e outros. Ficava impressionado com a capacidade criativa envolvida para entreter o espectador através do apelo visual. E o grande responsável por grande parte disso? O diretor de fotografia!
Já na fase adulta, com a queda dos preços e popularização da máquina digital, pude começar a dar vazão à minha paixão. Graças ao Digiforum pude escolher a máquina que melhor serviria a meu propósito e, com a ajuda e conselhos de grandes amigos que fiz por aqui, fui evoluindo gradativamente.
Como se define: fotografo profissional, profissional amador, amador profissional. E por quê?
Não dou muito valor a esta discussão e a rótulos. Como outros entrevistados já disseram por aqui, sou amador, por amor à arte e sempre o serei.
Como foi que você começou a fazer fotografia social e qual sua proposta de trabalho nessa área?
Comecei há um ano quando minha cunhada casou. Eu seria um dos padrinhos com minha esposa e a ajudaria apenas a escolher o fotógrafo. Acontece que na cidade em que ela reside o serviço oferecido era sofrível e levar alguém da minha cidade oneraria muito os altos custos do casamento. Matutei bastante e resolvi encarar a empreitada. Esse seria meu presente para ela e o noivo. Mal sabia que aquele seria o primeiro de vários casamentos... Aproveitei uma temporada de 02 meses em Brasília e fiz um curso de fotografia social, para adquirir mais confiança e conhecimento. Dinheiro jogado fora. De qualquer forma serviu para eu ver que já sabia o suficiente e que era hora de partir para a prática.
A minha proposta na área é imprimir uma nova estética visual com forte carga emocional, diferente do que fazem na minha região. Registrar o evento do matrimônio sob minha ótica, minha perspectiva. Oferecendo aos noivos um álbum que conte sua história, e de que eles possam se orgulhar daqui 10 ou 20 anos.
O que te dá prazer em fotografar?
Em projetos autorais o prazer vem com o vislumbre da oportunidade e efetiva captação de uma imagem marcante, superando obstáculos que podem ser físicos ou psicológicos, resultando numa foto que me faça ter a certeza de que é isso que quero fazer para o resto da vida e que me faça refletir e pensar. Já nos trabalhos sociais o prazer vem com a emoção e satisfação nos olhos dos clientes ao folhearem o álbum, e no agradecimento sincero pelo trabalho bem-feito.
Mas muitas vezes o prazer vem acompanhado de dor. Para muitos fotografar pode parecer simples, mas para mim é um ato também de sofrimento. Sei que é difícil entender. Tornei-me perfeccionista com o passar do tempo. Com a luz, movimento, composição, mensagem e estética como um todo. Quando um destes elementos escapa ao meu controle, frustro-me e sofro. Tenho fotos que demorei vários anos para fazer, esperando a convergência desses elementos. É por isso que prefiro fotografar sozinho. Para mim este é um ato de meditação, de solidão profunda, onde verdadeiramente me encontro.
Você tem a oportunidade de visitar várias regiões do Brasil, o que foi gostoso de fotografar em cada um desses lugares pelos quais você transitou?
O povo. A essência das minhas fotos é o povo e seu cotidiano. Sou meio “Salgadiano” nas escolhas fotográficas que faço. E como resido no norte de Minas, esse é o povo que mais se torna “vítima” das minhas lentes.
Você esteve entre os Índios Xacriabás, conte-nos como foi essa experiência pessoal e fotográfica?
Muito interessante. Na verdade tratam-se de índios civilizados. Ainda quero realizar um trabalho fotográfico mais profundo na reserva. Mostrar como eles foram envolvidos por aspectos tecnológicos, comerciais e capitalistas. Com seus carros e motos, antenas parabólicas, mercearias e comércios na reserva indígena. Para se ter uma idéia, o prefeito da cidade vizinha à reserva é índio, assim como vários secretários, vereadores e outros. É claro que também quero mostrar o que eles ainda conservam de sua herança indígena.
Suas fotos em PB têm sempre um contraste marcante, fruto do jogo de sombra e luz que você impõe nessas imagens. Como você define essas cenas para que elas tenham sempre um padrão com tanta força?
Gosto de fotos com carga emocional e sei que esse jogo luz X sombra é fundamental para isso. A forma como trabalhamos a luz é peça-chave nesse processo... Cada vez mais tento aprender a domá-la e usá-la em meu proveito. A sombra é sua cara-metade.
Quais suas influências na fotografia, e o porque?
Admiro vários fotógrafos brasileiros e estrangeiros. Impossível citar todos. Mas um em particular é muito influente, o Sebastião Salgado. Ele é para mim a expressão máxima de um fotógrafo que sabe o caminho das pedras para uma boa fotografia:1- ir atrás da foto (se você não sai de sua casa, não encontrará muita coisa para fotografar), 2-aproximar-se ao máximo do assunto (Quanto mais perto melhor! Atualmente minha lente mais longa é uma 85mm e frequentemente viajo apenas com a 50mm) , 3-interagir com o assunto criando uma cumplicidade extrema com a lente (Num certo momento é chegada a hora de empunhar a máquina e fazer a foto...), 4-domar a luz a seu favor, 5-dar o tratamento devido à foto, seja em laboratório ou via softwares.
No trabalho social gosto de citar alguns amigos daqui do fórum com uma história parecida com a minha: o pessoal da Agência UAI, com os quais já tive o prazer de trabalhar. Não perdem em nada para os bam-bam-bans do Brasil. Segue o link do blog:
Nos apresente duas belas fotos suas, e qual a razão da força dessas fotos?
Não vemos o rosto da mulher por completo mas nos questionamos sobre sua história, sua vida, sobre o que estará refletindo neste momento congelado no tempo.
Essa foto é o oposto da anterior. Vemos os olhos, mas não sabemos definir o que se passa neles. O semblante do menino é uma incógnita. Tristeza, dor, resignação, indiferença, abstração? Para mim é perturbador...
Duas fotos de terceiros que te derrubam o queixo, e qual a razão da força dessa foto?
Vou deixar duas do Salgado. Ambas expressam o que já disse sobre ele. E a segunda ainda nos mostra que o fotógrafo não pode ter medo de sujar-se, não deve poupar o equipamento se quer mesmo fazer “a” foto.
Como o equipamento que você usa influi no tipo de foto que você faz?
Quando todos partiram para DSLRs, eu ainda fiquei com minha Sony H1 por um bom tempo. Me recusava a fazer o upgrade, indo ao limite da máquina. Somente quando cheguei a esse limite é que comprei uma D70. E sempre fui assim, fazendo o upgrade “atrasado” em relação aos demais. Somente mudava de equipamento ao me perguntar: o que esta máquina e lente novas agregarão em qualidade e me permitirão evoluir no ato fotográfico? Se não houvesse resposta adequada, a mediocridade ainda era minha e não do material que empunhava.
Hoje posso dizer que um bom equipamento faz toda diferença nas mãos de quem sabe o que está fazendo.
Qual a importância da edição para suas fotos?
Já fui um purista ao pensar que a fotografia digital não precisava de ajustes posteriores, que era minha obrigação atingir a “perfeição” durante o ato fotográfico. Mas depois vi que não era nada disso. A edição é fundamental para algo que é a essência do meu trabalho: eu não fotografo apenas o que vejo e sim como vejo, como diria um grande fotógrafo. Incrementos em softwares específicos agregam muita qualidade, valor emocional e estético à fotografia.
Sabemos que idealmente sensibilidade e técnica devem andar juntas, mas como é complicado alcançar o ideal sempre se tende mais para um lado ou para o outro. Então: o que é mais forte em sua fotografia: sensibilidade ou técnica?
A sensibilidade. A técnica é necessária mas a sensibilidade é fundamental. Na verdade detesto discussões acadêmicas tecnicistas em torno da fotografia. Prá começar, adoro utilizar o modo A de prioridade de abertura. Prefiro ter agilidade e preocupar-me com a cena que ficar fazendo ajustes desnecessários. Certos momentos não se repetem. Jamais. Isso de que fotógrafo que é fotógrafo só usa o modo M para mim é balela. É claro que há exceções, como na fotografia social.
Vais em busca da foto ou a foto te encontra no meio do caminho?
Ambos. Ela me encontra muitas vezes. Mas para isso acontecer preciso estar preparado, “antenado” mesmo. É preciso enxergar o mundo com outros olhos. Além disso a antecipação é fundamental. Bresson nos ensinou muito isso. Antecipe, perceba o que vai acontecer, posicione-se, e parta pro abraço...
Posso também ir atrás dela, principalmente quando tenho um projeto em mente. Além disso não vejo mal algum na direção de uma cena. Se você perdeu uma bela imagem e ela pode ser refeita, vá lá e a refaça. Se você percebe que “se essa pessoa daqui fizesse aquilo ali ficaria bacana”, peça à pessoa para fazer. Sabe-se se lá se o próprio Bresson não produziu deliberadamente muitas de suas belas imagens???
Vou deixar um exemplo pessoal de uma ideia que tinha na cabeça e acabou rendendo uma boa foto. Estava na fazenda, chamei meu sogro e disse: vamos fazer uma foto? Pedi a ele que se vestisse do modo desejado, o posicionei no barco e trabalhei a técnica. Trata-se de uma foto em dupla exposição. O primeiro click foi em grande angular, em 30s, enquanto pintava a cena com uma lanterna. O segundo click foi em tele, 1/250s, mais ou menos, enquadrando a lua do jeito que quis. Deu no que deu!
Gosta de ser fotografado? Ou em casa de ferreiro o espeto é de pau?
O espeto é de aroeira!!!
Algo mais que vc gostaria de falar que não lhe foi perguntado?
Antigamente gostava de mostrar o que faço com mais freqüência. Talvez fosse a fase da auto-afirmação, mas hoje sou mais “egoísta” com minhas fotos, passando dias e até meses namorando-as, sem mostrá-las a ninguém. Ou seja, passei a fotografar para mim, e não para escutar elogios de outras pessoas (fora o trabalho na área social, é claro, quando tenho o dever de agradar os clientes). Cansei da banalização da imagem. Do fast-food digital. É por isso que abandonei o Flickr há muito tempo, mas para esta entrevista fiz o upload de algumas fotos para a galera ficar à vontade, elogiar ou descer o bambu se quiser!!!
Editado pela última vez por Marcos Borges Filho em Ter Fev 07, 2012 3:34 pm, num total de 4 vezes
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Qua Mai 04, 2011 8:52 am
Dsa pessoas que conheço aqui no fórum e considero bons fotógrafos o Botelho sem dúvida está entre eles e um dos que eu acompanho o trabalho com freqüência.
Em uma parte da entrevista eu senti uma parte de mim, principalmente quando ele cita em algumas passagens ...
Botelho escreveu:
É por isso que prefiro fotografar sozinho. Para mim este é um ato de meditação, de solidão profunda, onde verdadeiramente me encontro.
Eu também não goste e nem me sinto à vontade fotografando com outras pessoas.
Penso que o ato fotográfico, ao menos para mim, é algo meu, particular, um transe a que eu mesmo me jogo.
A partir disto, pergunto:
1- Botelho, como vc vê o ato comum em algumas cidades de 'saídas fotográficas'?
Não acha que isto funciona como tudo (encontro social, desfile de marcas e modelos, etc), menos com o comprometimento necessário que se deve ter para se realizar boas imagens?
Citação:
(Quanto mais perto melhor! Atualmente minha lente mais longa é uma 85mm e frequentemente viajo apenas com a 50mm)
Outra coincidência.
2- O que vc pensa sobre imagens 'roubadas' por teles de 400-600 mm em momentos que o envolvimento entre fotógrafo e assunto (principalmente quando envolvem pessoas) é o ponto chave para se transmitir a emoção das cenas? O que este distanciamento promove?
Citação:
Antigamente gostava de mostrar o que faço com mais freqüência. Talvez fosse a fase da auto-afirmação, mas hoje sou mais “egoísta” com minhas fotos
3- Este "egoísmo" se traduz também no que vc vê e vc se tornou mais crítico com isto?
4- Atrelado à pergunta anterior, o que vc tem visto de bom por aí que valha a pena nos mostrar?
No mais é te parabenizar pelo ótimo trabalho que faz e pela forma como nos apresenta suas imagens, sempre muito cativantes.
E parabenizar também ao Marcos, com mais esta bola dentro.
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Qua Mai 04, 2011 8:17 pm
Marcos,
Obrigado pelas palavras e oportunidade.
Vamos às perguntas:
peridapituba escreveu:
1- Botelho, como vc vê o ato comum em algumas cidades de 'saídas fotográficas'?
Não acha que isto funciona como tudo (encontro social, desfile de marcas e modelos, etc), menos com o comprometimento necessário que se deve ter para se realizar boas imagens?
2- O que vc pensa sobre imagens 'roubadas' por teles de 400-600 mm em momentos que o envolvimento entre fotógrafo e assunto (principalmente quando envolvem pessoas) é o ponto chave para se transmitir a emoção das cenas? O que este distanciamento promove?
3- Este "egoísmo" se traduz também no que vc vê e vc se tornou mais crítico com isto?
4- Atrelado à pergunta anterior, o que vc tem visto de bom por aí que valha a pena nos mostrar?
Oi Peri, obrigado pelas palavras. Fico feliz que tenha gostado da entrevista.
Vamos lá:
1 - Concordo. A meu ver as saídas são uma boa forma de interação entre as pessoas, fortalecendo amizades, com uma excelente oportunidade para sanar dúvidas técnicas com os mais experientes. E é claro que sempre rola aquela conversa "o meu é melhor que o seu"...Então não concebo este como um momento que fomente a sensibilidade do cidadão. Fotografia séria deve ser pensada antes de tudo.
2- Certos momentos pedem uma tele. Quando há a impossibilidade física de nos aproximarmos mais do assunto. Mas se não há obstáculos físicos, o fotógrafo torna-se um mero voyeur, e nunca sentirá a mágica que há ao tornar-se cúmplice do assunto.
3- Sim. Tanto que prefiro não comentar muito as fotos que vejo aqui e em outros locais. É uma questão de respeito também porque sei que cada um tem seu próprio tempo para aprender e evoluir.
4- Peri, hoje em dia tenho mais lido que visto : " 50 anos de luz, câmera e ação", "O momento do click", " Os pintores mais influentes do mundo... e os artistas que eles inspiraram", "Estação Carandiru", etc...
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Qua Mai 04, 2011 8:22 pm
Marcos Borges Filho escreveu:
Botelho, uma questão encaminhada pelo Luis Claudio Marigo:
Botelho,
Você pensa sobre a função social do seu trabalho? Como suas fotografias contribuem para o desenvolvimento da sociedade ou do ser humano?
Um abraço,
LC Marigo
Marigo,
Muito me honra sua pergunta.
Sim, penso com frequência. Através do meu trabalho tenho a oportunidade de ver e registrar cenas distantes do cotidiano do morador de uma metrópole, mas que fazem parte do nosso Brasil. Sejam cenas que mostram o cidadão em sofrimento pela busca da sobrevivência ou cenas bucólicas que remontam a hábitos antigos da nossa cultura. Tenho vontade de expor ou publicar algo, quem sabe um dia... Essa seria uma maneira de sensibilizar a sociedade em que vivemos de que há milhares ou milhões por aí que vivem em condições sub-humanas, de uma forma em que nem podemos sonhar, e de que os momentos simples da vida contém toda a felicidade que buscamos... Deixo duas fotos que mostram o que disse:
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Qua Mai 04, 2011 9:24 pm
Botelho, muito bom, muito bacana. Parabéns.
Gostei da sua história (sempre tive curiosidade de saber onde você trabalhava, pois lembro de você falar que viajava muito) e fiquei fascinado com suas fotos. Há muito tempo não as via e realmente não há como negar o esmerado trabalho de luz.
Uma pergunta: como você pensa sua foto em relação à pós-edição? Pergunto pois vejo que parece que suas fotos já são pensadas para o preto e branco, tal a qualidade dos detalhes.
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Qua Mai 04, 2011 10:30 pm
Botelho: elogiar a sua fotografia é ser redundante. Desde quando entrei no forum sempre admirei as suas imagens e a simplicidade com que vc consegue fotografar e transmitir uma grande carga emocional nelas.
E em uma época que fiquei muito triste com a fotografia e pensei em vender a minha camera (e deixar essa minha paixão) foi graças a uma mp sua que mudei de idéia. Sou muito grata a vc e feliz por isso..
Bom, mas, vamos as perguntas:
- vc disse que entrou na fotografia de casamentos graças ao casamento da sua cunhada..mas, como vc percebeu que não pararia somente nesse ? Como vieram os outros depois ?
- e o seu curso..vc disse que jogou dinheiro fora..porque ?
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Qui Mai 05, 2011 9:25 am
Leo Amaral,
Obrigado meu velho. Sim, apesar de fotografar em cor, realmente já penso na conversão em PB e mesmo efeitos que posso aplicar em determinadas fotos antes mesmo de tirá-las. Gosto de aproveitar os softwares para acentuar particularidades como sombras, luzes, contrastes, e outros. Às vezes penso: "Vai dar uma linda foto depois que eu fizer isso!"
Ana,
Se você tivesse desistido da fotografia eu teria ido aí em sua casa para convencê-la a voltar!!!
Bom, à partir do momento em que decidi realizar algo que fugisse do padrão tradicional da minha região (esse padrão mais inovador já é usado há mais tempo por muita gente por aí, e é claro que me falta muito talento se comparado com muitos), sabia que algo aconteceria. O boca-a-boca é muito forte. Tanto entre os clientes como os fornecedores envolvidos como decorador, cerimonialista, dona da loja de aluguéis de trajes, etc... Uma boa idéia, que ainda não coloquei em prática, é lançar uma página no Facebook e Orkut, mandando mensagens para todas as pessoas cadastradas na sua cidade. É uma propaganda simples, barata e eficiente . De qualquer forma creio que só está dando certo porque controlo todo o processo, da fotografia inicial à diagramação do álbum. Assim consegui me diferenciar dos demais!
Sobre o curso... achei que seria uma boa qualificar-me melhor antes do primeiro casamento, que o professor me passaria a "receita de bolo" perfeita para não errar. Engano. As "aulas" começavam atrasadas (e isso com o professor falando da importância da pontualidade do profissional) e não foi falado nada que eu já não soubesse. Achei muito temerário o curso porque tudo do professor era "isso a gente resolve no Photoshop".
Beijo grande!
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Sex Mai 06, 2011 1:47 pm
O Botelho é um exemplo daquilo que sempre cito, que o que faz a foto é o fotografo e não o equipamento,ele provou isso,desde os tempos da H1,onde nos brindava com veradeiras obras. =D>
Meu velho, vc faz mt retratos, e sempre com composições mt bem elaboradas.
Como é seu envolvimento e abordagem com os retratados??
Vc faz alguma intervenção nas cenasassim como direção, ou já esta tds ali,pronto, de momento mesmo??
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Sex Mai 06, 2011 4:52 pm
Eduardo, valeu camarada, em breve a gente se vê!
Magoo, obrigado meu velho, bons tempos da H1... menos compromisso e mais tempo livre para fotografar!
Quanto à abordagem, trabalho de duas formas: com projetos específicos na cabeça ou atento às possibilidades que se mostrem. Em ambas, sempre tento fazer a foto "natural", sem intervenção pessoal. Chego puxando uma conversa amistosa, máquina guardada, vou conversando, máquina guardada, converso um pouquinho mais e então peço à pessoa para fazer uma foto, que ela continue fazendo seus afazeres, sem precisar posar. Geralmente dá certo. Mas às vezes percebo que um outro posicionamento da pessoa em relação à luz ou plano de fundo ficaria melhor. Daí intervenho na cena, "dirigindo" um pouquinho a pessoa. Há casos em que não permitem a foto, coloco a viola no saco e vou embora! O importante é a empatia, um sorriso, uma conversa agradável e até mesmo presentar a pessoa com uma foto depois. Faço muito isso!
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Dom Mai 08, 2011 12:47 pm
Botelho, a sua entrevista me deixa aqui e me deixará por muito tempo repensando a fotografia. Gostei muito de ler sobre fotografar com emoção e história. Gostei também de você externar que faz fotografias para você ver e por ter dito que isso é um estilo "egoísta", sabendo muito bem que não há egoísmo nenhum em se fazer fotografia para si. Gostei muito do seu estilo de agradar-se pelas fotos que faz.
Adorei por você dizer que fotografa no modo abertura para não perder momentos. Sempre me senti um pouco amadora demais por não gostar de fotografar no modo M. Aliás, nas compactas, eu adoro o modo P. Obrigada! Agora me sinto menos pior! rs...
Ao ler sua linda entrevista, fiquei meditando muito sobre a emoção, momento e história que vc registra em suas fotos. Um estilo lindo e bem pessoal. É o tipo de foto que, mesmo se mostrada anonimamente, é possível dizer: a foto é do Botelho.
Criar o estilo próprio e fazer disso uma marca bem pessoal é coisa de mestre como você.
Parabéns! Linda entrevista e lindo trabalho. A emoção faz toda a diferença!
Registrado em: Quarta-Feira, 3 de Novembro de 2004
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Seg Mai 09, 2011 8:22 am
carluba escreveu:
Botelho, a sua entrevista me deixa aqui e me deixará por muito tempo repensando a fotografia. Gostei muito de ler sobre fotografar com emoção e história. Gostei também de você externar que faz fotografias para você ver e por ter dito que isso é um estilo "egoísta", sabendo muito bem que não há egoísmo nenhum em se fazer fotografia para si. Gostei muito do seu estilo de agradar-se pelas fotos que faz.
Adorei por você dizer que fotografa no modo abertura para não perder momentos. Sempre me senti um pouco amadora demais por não gostar de fotografar no modo M. Aliás, nas compactas, eu adoro o modo P. Obrigada! Agora me sinto menos pior! rs...
Ao ler sua linda entrevista, fiquei meditando muito sobre a emoção, momento e história que vc registra em suas fotos. Um estilo lindo e bem pessoal. É o tipo de foto que, mesmo se mostrada anonimamente, é possível dizer: a foto é do Botelho.
Criar o estilo próprio e fazer disso uma marca bem pessoal é coisa de mestre como você.
Parabéns! Linda entrevista e lindo trabalho. A emoção faz toda a diferença!
Carluba,
Fico feliz que a entrevista tenha servido de forma tão gratificante para você. Vou deixar uma dica de leitura: "O momento do click" de Joe Macnally. O cara é um fotógrafo renomado internacionalmente, há uns 30 anos, sabe tudo de fotografia, com diversos workshops em vários países e muitos prêmios importantes na área. Sabe qual o modo ele usa? Prioridade de abertura! O importante é ser feliz...